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Você sabe a diferença entre as cobras coral-verdadeira e falsa-coral?

Comuns em território brasileiro, incluindo a Amazônia, as cobras corais falsas e verdadeiras confundem predadores por serem parecidas.

Portal Amazônia

26/01/2022 14h11

Você sabe a diferença entre as cobras coral-verdadeira e falsa-coral?
 
Quando observamos cobras, seja por foto ou até mesmo pessoalmente, a primeira dúvida que vem à cabeça é se ela é venenosa (possui peçonha) ou não. No senso comum, tende-se a achar que quanto mais vibrante e colorida for a cor de uma cobra, mais venenosa ela é. Em geral, esse pensamento pode ser considerado correto, porém existe uma espécie que utiliza desse mecanismo para confundir predadores e garantir sua sobrevivência. É o que acontece entre a coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) e a falsa-coral (Erythrolamprus aesculapii). Ambas são comuns no território brasileiro, inclusive na Amazônia, e extremamente parecidas fisicamente. Por isso, o Portal Amazônia buscou ajuda para explica a diferença entre ambas. Confira: Coral-verdadeira Conhecidas por injetar um veneno extremamente forte, as cobras-corais-verdadeiras, possuem a coloração em tons de vermelho, laranja, amarelo e branco. Descrita em 1758, a espécie pode ser encontrada em todo o continente americano, com exceção do Chile e Canadá, e podem se adaptar em diferentes biomas, a exemplo do bioma amazônico. Seu veneno possui atividades neurotóxicas e pode matar em algumas horas, bloqueando o sistema neuromuscular e causando insuficiência respiratória, além de deixar a visão turva, dificultar a deglutição e provocar vômitos. A espécie possui hábitos aquáticos e se alimenta de peixes e de vertebrados alongados, como outras cobras e lagartos. Em relação à inoculação do veneno, o biólogo e ecologista Igor Yuri Fernandes relata que está associado ao tipo de dentição da mesma: "As cobras-corais-verdadeiras pertencem à família Elapidae, que é a mesma família das najas e de algumas cobras marinhas. Elas tem um tipo de dentição que a gente chama de proteróglifa, ou seja dentes que parecem uma agulha hipodérmica e eles conseguem inocular o veneno. São na parte frontal da boca e são bem pequenos", explica Igor Fernandes. Falsas-corais são peçonhentas, afinal? Dentre as mais de 52 espécies de cobras consideradas não peçonhentas no Brasil, estão as falsas-corais. Elas apresentam o mesmo padrão de cor das corais verdadeiras, com algumas exceções, e podem achatar o corpo e enrodilhar a cauda, o que também é feita pelas corais. Encontrada em grande parte do território brasileiro, inclusive na Amazônia, alguns pesquisadores afirmam que a falsa-coral possui uma glândula de veneno, apesar de serem consideradas não peçonhentas. Contudo, por essa glândula estar na parte de trás da boca, muitas vezes o veneno não é inoculado em uma picada e não causam tantos problemas quanto a picada de uma coral verdadeira. "As falsas-corais têm uma glândula que não é propriamente de veneno, alguns autores classificam como glândula de veneno, outros não, que é a glândula de duvernoy. Ela produz o veneno mas se localiza na parte posterior da boca. Na hora que as falsas corais que possuem esse tipo de dentição mordem, a mordida pode ser superficial, só com os dentes da frente e ela acaba não inoculando esse veneno", esclarece Igor. Em resumo, a proximidade na aparência das duas não é por acaso. Com o intuito de confundir possíveis predadores com a ideia de ser mais perigosa, a falsa coral chega a imitar a verdadeira, o que ajuda na sua sobrevivência na selva. Acidentes com cobras Em casos de mordidas por ambas espécies, o recomendado é se dirigir rapidamente ao hospital ou postos de atendimento. No caso da coral-verdadeira, o estado de saúde deve ser considerado grave. Já com a falsa-coral, a pessoa deve tomar uma dose do soro específico proporcional à gravidade do acidente.
Por ISABELLE LIMA
 
Fonte: Portal Amazônia
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